domingo, 28 de fevereiro de 2010
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esquece o ruido,
esquece a solidão e o presente
remota-te ao passado,
um passado omnipotente
Tenta sarar as feridas
Lava-as com água e sal
a água e o sal daquele mar
aquele doce mar,
tão doce e tão salgado
aquele amor inesperado
que o coração veio assaltar
Terno amor, doce paixão
jurei ficar contigo, para sempre
um sempre infinito, agora apenas solidão
Tento fechar os olhos e esquecer o ruido,
mas sinto-me perdido nas águas deste mar
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Cresci, já não acredito nas histórias de embalar que a mama me contava, aquelas em que tudo começava com o "era uma vez..." e sempre tinha um final feliz, lembro-me delas, lembro-me que as ouvia sempre com um sorriso doce e inocente, porque não via para além das quatro paredes do meu quarto; não via o mundo complicado que lá fora me esperava e sempre tinha onde me aconchegar.
Havia sempre um cavalo branco, uma princesa formosa e um cavaleiro elegante.
Hoje, somos meros seres, homem e mulher, vivemos dependentes do relógio e do dinheiro. Desde pequenos que somos educados a planear a vida, a profissão e os amigos ideais; agora a vida é feita de planos, preparados minuciosa e cautelosamente, planeamos cada minuto do dia e sem nos darmos conta não usufruímos do que temos.
Planeamos também o amor, casamos porque dá jeito, procriamos porque o relógio biológico assim o permite, tornamos a vida uma rotina, um ciclo vicioso sem fim, podemos nem estar felizes mas estamos acomodados, e deixamos andar. Perdemos o interesse em saídas românticas, são cada vez mais raros os gestos de amor e as palavras de conforto, já não encontramos poetas sulistas nem compositores natos, tem as vidas acomodadas e perderam o interesse nas pequenas coisas. Cada vez são menos os gestos loucos por amor e os beijos de boa noite.
Hoje, o "viveram felizes para sempre" está condicionado a um factor: comodismo.
Por isso, não esperes sair à rua e encontrar um príncipe encantado, procura em cada esquina por que passares porque numa delas estará um sapo à tua espera.