sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cresci, já não acredito nas histórias de embalar que a mama me contava, aquelas em que tudo começava com o "era uma vez..." e sempre tinha um final feliz, lembro-me delas, lembro-me que as ouvia sempre com um sorriso doce e inocente, porque não via para além das quatro paredes do meu quarto; não via o mundo complicado que lá fora me esperava e sempre tinha onde me aconchegar.

Havia sempre um cavalo branco, uma princesa formosa e um cavaleiro elegante.

Hoje, somos meros seres, homem e mulher, vivemos dependentes do relógio e do dinheiro. Desde pequenos que somos educados a planear a vida, a profissão e os amigos ideais; agora a vida é feita de planos, preparados minuciosa e cautelosamente, planeamos cada minuto do dia e sem nos darmos conta não usufruímos do que temos.

Planeamos também o amor, casamos porque dá jeito, procriamos porque o relógio biológico assim o permite, tornamos a vida uma rotina, um ciclo vicioso sem fim, podemos nem estar felizes mas estamos acomodados, e deixamos andar. Perdemos o interesse em saídas românticas, são cada vez mais raros os gestos de amor e as palavras de conforto, já não encontramos poetas sulistas nem compositores natos, tem as vidas acomodadas e perderam o interesse nas pequenas coisas. Cada vez são menos os gestos loucos por amor e os beijos de boa noite.

Hoje, o "viveram felizes para sempre" está condicionado a um factor: comodismo.

Por isso, não esperes sair à rua e encontrar um príncipe encantado, procura em cada esquina por que passares porque numa delas estará um sapo à tua espera.

Um comentário:

  1. Hey prima, não sabia que escrevias :)
    Tens jeito para a coisa :)

    Um ps em relação ao teu texto: as pessoas que se limitam a ser assim, são-lo porque que querem, porque lhes dá jeito. Cabe a cada um saber aquilo que quer e pretender ser. Porque se não quer mostrar ao mundo o que lhe vai na alma, então não passa de um ser comum que a sociedade acarta ;)

    beijinho com saudade <3

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